sábado, 1 de janeiro de 2022


Vou relendo os muitos e os vazios. Sentindo o passado, as lembranças, os sentimentos arrepiando pele e alma. A fantasia era tudo. A imaginação galopava. Os sonhos vividos foram encantadores. A fascinação de acreditar nas ilusões. Era o cais e o caos. Era o sino, o badalar ou o silêncio. Eram as ruas de paralelepípedos, os sobrados, as portas e janelas, os lampiões. Os vales, as montanhas, o sol e a lua, os barcos, as estradas. Tudo era sonho, e tudo era realidade. O que não foi realidade, foi o prazer da imaginação. Era o pulsar da vida. Foram encontros e desencontros. As torres das igrejas. As fotos. Os sorrisos pelo mundo. Em cada esquina, em cada cidade, invenções,estátuas, sons, caminhos. E assim passaram dias, anos, vidas passaram por mim.

 

E a gente vai seguindo, vai vivendo. Vai sorrindo, vai chorando, vai morrendo. Vai tropeçando, caindo, se erguendo. Vai machucado e machucando, mas vai. Um dia por vez. Muitos dias num só. Tem dia que nos aperta, dilacera. Tem dia que nos abraça, afaga. Mais um ano para a conta. Menos um ano. Passou, ficou, enlaçou. Uma passagem, um rito, um grito, um sorriso. Fogos, barulhos, silêncios. Imensidão, o céu, o mar, gente, ausentes, presentes. O ser humano? Entendo não. Não entendo de mim e nem do viver. Luto e esperança, se confundem, se dão as mãos. Luto de lutar. Luto de morrer. Viver entre lutas e lutos para viver. Medo, raiva, decepção, esperança sempre, vida, brilho, trilhos e trilhas. E 2022 está chegando. Desembarcando com poeiras da viagem de 2021, com cheiro de novidades. Sempre trazendo na mala desafios, surpresas. Vamos seguindo 2022…..a vida pulsa, mesmo com as arritmias do viver.

 01.01.2022 - Sempre me sinto assim, um novo ano, e eu tão eu, tão sem inovação, repetição de mim mesma. Passeando pelos blogs, pelo meu blog, saudades. Foi uma época intensa, a dos blogs. Muitas ideias, sonhos, planos de viagens, de conhecer pessoas. Era um diário virtual. Quem sabe volte a ser. No início era a solidão, a angústia e os sonhos. Era um diário virtual. Quem sabe volte a ser. Muitos sonhos foram realizados, muitos.

domingo, 16 de julho de 2017





A lua e a cruz

Sentimento preso
Crucifico-me pensando em ti

Sofro

Sangra desejos
Escorrem sentimentos
Impossibilidades 

A lua brilha

Despontam mais e mais sentimentos
O teu sorriso paira no ar

Flagro o momento
Levo comigo
Só para sofrer
Crueldade o que faço comigo

Rocha, gente, sorrisos

Afeto, abraço, energia
Distante observo

Escuto tua voz

Gravo, relembro
Sinto, sofro

Saudade, vontade

Tesão, carinho
Dedos das mãos
Em vão te desejam

domingo, 2 de abril de 2017




Por caminhos tortuosos
Seguem sonhos
Delírios de mãos vazias
Coração ausente de amor
Pele ressacada de nadas
Carinhos que o vento envergou

Por caminhos tortuosos
Sonhos se perderam
Eucaliptos em solo encharcado
Partiu o solo resseco

Por caminhos tortuosos
Carências cambaleiam
Vendo vultos nas sombras floridas
Perdidas em matas atlânticas

Por caminhos tortuosos
O nada
O tudo
Cheiro de vida nas entranhas


segunda-feira, 13 de março de 2017



Acostumou-se com a solidão. O silêncio maravilhado e florido da solidão. O silêncio perturbador da solidão. O silêncio para lidar com o caos da casa, da mesa da sala, da alma em desalinho. O silêncio do horizonte visto da janela. O silêncio para contemplar a lua. O silêncio das madrugadas. Das noites insones. Do sol nascendo. Acostumou-se ao silêncio. Da plenitude de estar só vagando por si, pela casa, em silêncio. Nem toda gente é suportável. Quebra a película protetora do seu silêncio, da sua paz. Lhe desequilibra. Não é qualquer um que é suportável para abrir o seu silêncio e deixar entrar sons, sorrisos, lamúrias, calores e arrepios. O silêncio é encantador, quando se enamora dele.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016






Uma jarra trincada
Pode virar um jarro
Enfeitar um cantinho

E um coração trincado?
E uma vida despedaçada?


Há quem saiba enfeitar corações
Com palavras amenas
Com sorrisos macios
Com abraços apertados

terça-feira, 27 de setembro de 2016





Hoje li blogs. Vários estão atualizados. Não comentei. Faltam palavras. Não, não é bem isto. Faltou disposição de arrumar as palavras. Pensei em dizer: li. Mas era pouco. Não é feito o facebook que você pode clicar em - curti. Está época do, curti, das carinhas e corações, está me desabituando de pensar, de refletir, de dizer alguma coisa. De expor sentimentos. Antigamente nos blogs diziam que eu era visceral. Ser visceral nem sempre foi bom. Não foi comigo. Agora estou tão igual. Tão rasa de intensidade. Sinto falta da época das leituras dos blogs, saudade de escrever meus devaneios. Parece até que nem tenho mais devaneios, nem pensamentos, nem fotos. Deixamos de ter interação neste espaço que já foi muito bom. Era um lugar de vidas pulsando. De sonhos expostos e sendo realizados. Vontade de conhecer pessoas. Vários blogs atualizados. E eu precisando me atualizar de palavras e sentimentos. Sinto saudade de mim pulsando palavras. Palavras que pulavam de mim, que escorriam dos poros, só por imaginar. A realidade não dá brechas para imaginar. A realidade é. Ponto final.

terça-feira, 26 de julho de 2016





Senti saudades dos velhos tempos. Do trote do cavalo na estrada. Da porteira rangindo a cada amanhecer. Faz tanto tempo. O coração ainda o mesmo, preenchido de carinho e sonhos. Em cada canto da estrada flores. No olhar o sol nascendo. Na pele o arrepio da brisa de fim de tarde. Faz tempo.  A saudade ainda a permear os sonhos. Os sonhos ainda visitando a saudade. O teu sorriso vestido de azul. As mãos em reflexão. O meu olhar a te despir. Apenas a estrada de barro, longa. A poeira a gritar, lembrando o tempo que não volta. Saudade.

terça-feira, 19 de julho de 2016





Sinto falta de brincar com as palavras. Palavras cheias de pensamentos, sonhos e desejos. Palavras que encontravam no azul do céu, um mar para mergulhar saudade, solidão e sorriso. Sorriso de te encontrar em passeios. Estrada nunca retilínea. Viagens. Viagens, muitas viagens. Viagens do sentir imaginações. 


Saudade de escrever.